sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Ho'oponopono


"Não importa que tipo de problema existe,
trabalhe com você mesmo.”
Ihaleakala Hew Len

[Talvez alguns estejam perguntando por que estou pondo aqui uma técnica espiritual. Creio que o relato a seguir poderia, por si só, explicar as minhas razões. Pois trata-se de uma história tão espetacular que, caso tenha ocorrido dessa maneira (e eu não tenho razão alguma para duvidar disso), apenas revela o incrível poder desta técnica, empiricamente constatado pelas fantásticas transformações ocorridas no hospital onde Hew Len trabalhava. Ponho aqui então, tanto para apresentar um pouco da história e da técnica do Ho'oponopono, como também para oferecer um dos maiores exemplos de Sincronicidade que já li, isto é, a ligação e interdependência entre os mundos "interior" e "exterior", revelando a unidade essencial entre tudo o que há.]

(Escrito por Joe Vitale)

Faz dois anos, escutei falar de um terapeuta no Hawaii que curou um pavilhão completo de pacientes criminais insanos sem sequer ver nenhum deles. O psicólogo estudava a ficha do presidiário e logo olhava dentro de si mesmo para ver como ele tinha criado a enfermidade dessa pessoa. Na medida em que ele melhorava, o paciente melhorava.

A primeira vez que ouvi falar desta história, pensei que era uma lenda urbana. Como podia curar o outro, curando somente a mim mesmo? Como podia, embora fosse um mestre de grande poder de auto cura, curar alguém criminalmente insano? Não tinha nenhum sentido, não era lógico, de modo que descartei esta história.

Entretanto, escutei-a novamente um ano depois. Ouvi que o terapeuta tinha usado um processo de cura havaiano chamado “hooponopono”. Nunca tinha ouvido falar disso, entretanto não podia tirá-lo de minha mente. Se a história era totalmente certa, eu tinha que saber mais. Meu entendimento era que “total responsabilidade” significava que eu sou responsável pelo que penso e faço. O que estiver mais alem, está fora de minhas mãos. Penso que a maior parte das pessoas pensa igual sobre a responsabilidade. Somos responsáveis pelo que fazemos, não do que os outros fazem – mas isso está errado.

O terapeuta havaiano, que curou essas pessoas mentalmente doentes, me ensinaria uma nova perspectiva avançada sobre o que é a total responsabilidade. Seu nome é Dr. Ihaleakala Hew Len. Passamos uma hora falando em nossa primeira conversação telefônica. Pedi-lhe que me contasse a história total de seu trabalho como terapeuta.

Ele explicou que havia trabalhado no Hospital Estatal do Hawai durante quatro anos. O pavilhão onde encerravam os criminosos loucos era perigoso.

Regra geral os psicólogos desistiam de trabalhar ali em um mês. A maior parte dos membros do pessoal caiam doentes ou simplesmente renunciavam. As pessoas que atravessavam esse pavilhão caminhava com suas costas contra a parede, temerosas de serem atacados por seus pacientes. Não era um lugar agradável para viver, trabalhar ou visitar.

O Dr. Len me disse que nunca viu os pacientes. Assinou um acordo de ter um escritório e revisar suas fichas. Enquanto olhava essas fichas, trabalharia em si mesmo. Enquanto trabalhava em si mesmo, os pacientes começaram a curar-se.

“Depois de alguns poucos meses, foi permitido aos pacientes que deviam estar encarcerados, caminhar livremente” disse-me. “Outros que tinham que estar fortemente medicados começaram a diminuir sua medicação. E aqueles que jamais teriam nenhuma possibilidade de ser liberados, tiveram alta”. Eu estava assombrado. “Não somente isso” continuou, “mas o pessoal começou a ir feliz para o trabalho.”

“A ausência e as mudanças de pessoal desapareceram. Terminamos com mais pessoas do que necessitávamos porque os pacientes eram liberados e todas as pessoas vinham trabalhar. Hoje este pavilhão está fechado.”

Aqui é onde eu tive que fazer a pergunta de milhões de dólares: “O que você esteve fazendo com você mesmo, que ocasionou a mudança dessas pessoas?”

“Eu simplesmente estava curando aquela parte minha que tinha criado aquilo neles”, disse ele. Eu não entendi. E o Dr. Len explicou que, entendia que a total responsabilidade de sua vida implica a tudo o que está em sua vida, simplesmente porque está em sua vida e, por isso, é de sua responsabilidade. Em um sentido literal, todo o mundo é sua criação.

Uau! Isto é duro de engolir. Ser responsável pelo que eu faço ou digo é uma coisa. Ser responsável por outro ou por qualquer outra coisa que faça ou diga na minha vida é muito diferente. Entretanto a verdade é esta: se assumir completa responsabilidade por sua vida, então tudo o que você vê, escuta, saboreia, toca ou experimenta de qualquer forma é sua responsabilidade, porque está em sua vida. Isto significa que a atividade terrorista, o presidente, a economia ou algo que experimenta e você não gosta, está ali para que cure. Isso não existe, por assim dizer, exceto como projeções que saem de seu interior. O problema não está com eles, está em você e para mudá-los, você deve mudar.

Sei que isto é difícil de captar, muito menos de aceitar ou de vivê-lo realmente. Atribuir ao outro a culpa é muito mais fácil do que assumir a total responsabilidade, mas enquanto falava com o Dr. Len comecei a compreender essa cura dele e que, o ho’oponopono significa amar a si mesmo.

Se deseja melhorar sua vida, deve curar sua vida. Se deseja curar qualquer outro, ainda que seja um criminoso mentalmente doente, faça-o curando a si mesmo.

Perguntei ao Dr. Len como curava a si mesmo. O que era que ele fazia exatamente, quando olhava as fichas desses pacientes.

“Eu simplesmente permanecia dizendo “Sinto muito” e “Te amo”, muitas vezes” explicou ele.

“Só isso?”

“Só isso.”

“O resultado é que, amar a si mesmo é a melhor forma de melhorar a si mesmo e enquanto você melhora a si mesmo, melhora seu mundo”.

Permita-me dar-lhe um rápido exemplo de como funciona isto: um dia, alguém me envia um e-mail que me desequilibra”. No passado leria trabalhando com meus aspectos emocionais raivosos ou tratando de argumentar com a pessoa que enviou essa mensagem detestável. Desta vez eu decidi provar o método do Dr. Len. Coloquei-me a pronunciar silenciosamente “sinto muito” e “te amo”. Não dizia nada a ninguém em particular. Simplesmente estava invocando o espírito do amor, dentro, para curar o que estava criando a circunstância externa.

No término de uma hora recebi um email da mesma pessoa. Desculpava-se por sua mensagem prévia. Tenha em conta que eu não realizei nenhuma ação externa para obter essa desculpa. Eu nem sequer respondi sua mensagem. Entretanto, só dizendo “te amo”, de algum modo curei dentro de mim o que estava criando nele.

Mas tarde assisti a uma reunião de ho’oponopono dirigido pelo Dr. Len. Ele tem agora 70 anos de idade, é considerado um xamâ avô e é algo solitário.

Elogiou meu livro “O Fator Atrativo”. Disse-me que enquanto eu melhoro a mim mesmo, a vibração de meu livro aumentará e todos sentirão quando o lerem. Em resumo, à medida que eu melhoro, meus leitores melhorarão.

“E o que aconteceria com os livros que já vendi e saíram por mim?” Perguntei.

“Eles não saíram” explicou ele, uma vez mais, soprando minha mente com sua sabedoria mística. “Eles ainda estão dentro de você”. Em resumo, não há fora. Levaria um livro inteiro para explicar esta técnica avançada com a profundidade que ela merece.

“Basta dizer que toda hora que desejar melhorar algo em sua vida, existe somente um lugar onde procurar: dentro de você. Quando olhar, faça isto com amor”. Ho'oponopono.

(Morrnah Nalamaku Simeona - criadora deste método moderno de Ho'oponopono, chamado "Ho'ponopono da Identidade Própria")

Em hawaiano, Hoo significa causa e Ponopono significa perfeição. Através desta técnica, temos a capacidade de fazer o correto para nosso próprio Ser, de voltar para o estado da perfeição, de colocar novamente nossa página vivencial em branco…, bastando apenas pedir à Divindade que aquilo que jaz dentro de nós, aquilo que ocasionou uma divisão em nossos pensamentos, venha à superfície para ser liberado.

Ao pedir perdão à Divindade por ter hospedado pensamentos que nos separaram de nossa Unidade com o Espírito... o pensamento pernicioso e recorrente desaparece. Algumas vezes, para obtê-lo, precisa-se pedir várias vezes a fim de que a razão que está atrás do pensamento apareça na superfície e seja liberada. E quando é liberada, o espaço se enche imediatamente com um amoroso sentido de Unidade.

O Ho'oponopono é um processo de arrependimento, pedido de perdão e transmutação, e consiste em realizar um pedido à energia do Amor Universal e Incondicional para cancelar e substituir as energias tóxicas que possam achar-se em nós. O Amor realiza o processo fluindo através da Mente Espiritual ou Supra-consciência e continua seu fluxo através da Mente Consciente, liberando-a da excessiva racionalização para finalizar na Mente Emocional ou Subconsciente, onde anula todos os pensamentos que tenham emoções tóxicas, substituindo-os com Amor incondicional.

Não há limites no número de vezes que esta ferramenta pode ser usada, especialmente no que se refere a transmutar seus pensamentos em pura luz, os de sua família, ancestrais e descendentes, posto que esta ferramenta é um pedido para purificar os pensamentos tóxicos que causam reais divisões em sua percepção.

O Ho'oponopono é realmente muito simples. Para os antigos hawaianos, todos os problemas começam a ser gerados nos pensamentos. Ter pensamentos não é o problema. O problema está em todos nossos pensamentos que se encontram plenos de memórias dolorosas sobre pessoas, lugares ou coisas.

O intelecto como tal não pode solucionar esses problemas porque ele somente administra processos. Administrar coisas não soluciona os problemas de tudo. Tem que deixar que fluam. Quando se faz Ho'oponopono, a Divindade encarrega-se dos pensamentos dolorosos e os neutraliza. Fazendo Ho'oponopono, você não purifica pessoas, lugares ou coisa alguma. Em troca, neutraliza a energia dolorosa que você associa com essas pessoas, lugares ou coisas. Assim, a primeira etapa para fazer Ho'oponopono é purificar energias.

A seguir, algo maravilhoso ocorre. Não somente a energia fica neutralizada, mas sim se desprende, ficando uma nova página vazia onde escreve-se novamente outra realidade. A etapa final é permitir à Divindade atuar e preencher o vazio dessa página em branco com Luz Divina.

Para fazer Ho'oponopono não precisa saber qual foi o engano cometido ou qual foi o problema. Logo, você precisa perceber a existência de situações físicas, mentais ou emocionais que o estejam afligindo. Quando o fizer, sua responsabilidade baseia-se em começar imediatamente a curar a essência de tais situações, dizendo simplesmente:

“Sinto muito. Por favor, perdoe-me”.
[Sinto Muito. Me perdoe. Te amo. Sou grato]

Trata-se apenas de realizar um trabalho interno sobre si mesmo, para melhorar o externo.

O procedimento pessoal baseia-se em manter-se calado e centrado em si, permitindo que o processo de transmutação seja levado a cabo por si mesmo, pois se envolver seu intelecto, o processo se detém.

Se deseja resolver um problema pessoal, trabalhe sobre si mesmo.

Se tiver um problema com outra pessoa, simplesmente pergunte-se:

“O que existe em mim que faz que esta pessoa me ataque?”. Eleve-se sobre essas situações dizendo simplesmente: “Lamento por algo que tenha acontecido ou esteja acontecendo. Por favor, me perdoe”.

O bonito disto é que não terá que compreender nada a nível racional. É como navegar pela Internet. Logo, terá que ir para a Divindade e fazer clique para baixar a informação solicitada.

Por exemplo, se alguém se aproxima falando-nos que tem um certo sofrimento ou dor física, podemos perguntar à Divindade: “O que acontece comigo para que eu tenha causado dor ou sofrimento à esta pessoa?” E logo, podemos perguntar à Divindade: “Como posso equilibrar esse problema em mim?”. Ou também: “Por favor, há algo que ocorre em mim que tenha causado este sofrimento nessa pessoa? Diga-me como posso equilibrar? As respostas a essas perguntas devem vir sem esforço e a seguir deveríamos fazer o que nos é inspirado… O que importa aqui não é o efeito e sim o entendimento da origem do problema. Essa é a chave.

No caso de ser um terapeuta que use Ho'oponopono para ajudar outros a curar-se, deve primeiro conectar-se com a Fonte Divina e pedir ao Amor Universal para corrigir os errados pensamentos que existam em você e que estejam sendo manifestados atualmente como um problema em você, logo, em seu cliente consultado.

Este apelo baseia-se em um processo de arrependimento e pedido de perdão por parte do terapeuta: “Eu lamento que meus pensamentos errados tenham causado situações negativas em mim e em meu cliente. Por favor, perdoe-me”.

O Ho'oponopono vale também para tratar situações derivadas de objetos inanimados, espaços físicos que devam ser curados, etc. O limite é nossa percepção ou imaginação.

A manifestação de uma amorosa responsabilidade é o que transmuta os enganos dentro de nós que manifestam o problema (em nós ou nos outros). A atitude amorosa os cancela e os corrige.

Ritual para fazer Ho'oponopono

Este ritual se refere a procurar curar aspectos que envolvem outras pessoas.

Todos os procedimentos hawaianos começam com uma respiração denominada Ha. Uma série de Ha consiste em inspirar durante 7 segundos (ou contando 7), reter a respiração contando 7 e exalar contando 7 vezes. Quando tiver esvaziados seus pulmões, retenham a respiração durante uma contagem de 7. Relaxe e permite que seu próprio ritmo respiratório determine por si mesmo quando pode durar sua contagem de 7.

Sente-se então com as palmas de suas mãos descansando sobre seu colo, com os polegares e dedos indicadores em contato entre si. A seguir, faça 7 ciclos de respiração tal como se explicou acima. Leia a seguinte oração em voz alta:

Divino Criador, Pai, Mãe e Filho, Todos em Um...

(Segundo suas crenças, isto pode-se substituir por:
Amado Espírito, amada Unidade de Tudo o que É…)

Se eu, meus familiares, amigos, ancestrais e descendentes de alguma maneira o ofendemos ou causamos qualquer tipo de prejuízo à você, a seus familiares, amigos, ancestrais e descendentes em pensamentos, escritos, palavras ou ações desde o princípio da criação até a data presente (pode dizer qual é a data presente), transgredindo ou quebrantando a Unidade de Tudo o que É contra nós ou fora de nós para outros, então nós solicitamos humilde e modestamente ser perdoados por isso.

Por favor, pedimos que qualquer tipo de memórias, obstáculos ou energias não desejadas sejam limpas, purificadas, definitivamente desprendidas, liberadas e transmutadas em Pura Luz.

Pedimos que isto seja feito… e já se realizou.

Outras maneiras que podem ser aplicadas em várias ocasiões:

Te amo e se despertei sentimentos hostis em você, sinto muito e peço-lhe perdão. Obrigado!

Lamento. Por favor, perdoe-me por algo que se encontra em meu interior e se manifesta como um problema (em mim ou em você).

Outras técnicas Ho'oponopono adicionais:

Técnicas para a solução de problemas que podem ser aplicados para restabelecer a própria identidade através da anulação de memórias que reproduzem freqüentemente uma e outra vez os problemas no Subconsciente.

1 - Eu te amo

Quando sua alma experimenta memórias que reproduzem várias vezes situações problemáticas, fale silenciosamente com suas memórias e lhes diga: “Amo-as, queridas memórias. Agradeço a oportunidade de liberá-las e de liberar-me”.

“Eu te amo” pode ser repetido muitas vezes. Suas memórias nunca saem de férias ou se retiram a menos que você o faça. “Eu te amo” pode ser usado ainda se você não estiver realmente consciente de qual é o problema. Por exemplo, pode ser aplicado antes de empreender qualquer atividade como fazer uma chamada, responder ao telefone ou antes de entrar em um veículo ao dirigir-se para qualquer lugar.

2 - Obrigado

Este processo pode ser usado sozinho ou junto com o “Te amo”, repetindo mentalmente várias vezes. “Obrigado. Eu te amo”. Ou simplesmente, “Obrigado!”.

Fontes:
http://www.terraadouradabrasil.com.br/hooponopono.htm
http://www.terraadouradabrasil.com.br/hooponopono2.htm

Para baixar o livro:
http://www.hooponopono.com.br/

A mente das plantas


Extraído de Saindo da Matrix - por Acid

O indiano Sri Jagadis Chandra Bose, bacharel em ciências pela Universidade de Londres, físico, químico e gênio, foi contemporâneo e fez trabalhos famosos com Pauli e Einstein. Pertencia ao grupo de sábios internacionais que compunham a "Real Sociedade de Londres", e em 1899 Bose descobriu a "fadiga" dos metais e a sua recuperação por um processo semelhante ao que acontece com os seres humanos e animais. Percebeu nos gráficos que as curvas apresentadas pelo óxido de ferro magnético levemente aquecido eram muito semelhantes às dos músculos. A fadiga podia ser rechaçada e a recuperação adquirida, fazendo-se o uso de massagens leves ou imersão em um banho quente. Outros componentes metálicos procederam de forma semelhante. Bose também providenciou uma experiência de "envenenamento" dos seus metais. Perplexo, descobriu que a reação era análoga às reações dos tecidos musculares aos venenos.

Escreveu Chandra: "Lidando com tais fenômenos, como traçarmos uma linha de demarcação e dizer aqui termina o físico e além começa o fisiológico? Não, não existem as barreiras absolutas. Foi quando me deparei com o mudo testemunho desses registros autônomos e neles percebi uma fase da unidade abrangente que sustenta em seu âmago todas as coisas - as partículas que dançam sob um raio de luz, a vida fecunda que reveste o planeta, os sóis radiantes que brilham sobre nós - foi então que pela primeira vez compreendi um pouco da mensagem proclamada por meus antepassados às margens do Ganges há 30 séculos: Àqueles que na mutação incessante do universo vêem apenas uma coisa, e só a eles, só a eles, pertence a Verdade Eterna."

A partir dos metais, Chandra Bose chegou às plantas. Em uma série de experiências, Bose mostrou como elas reagem a estímulos tais como toque, música, veneno, calor e choques elétricos da mesma maneira que animais. Cansam-se quando são superestimuladas. Também mediu reações ao álcool que chegaram perto da embriaguez.

Examinando a "planta-telégrafo" (Desmodium Gyrans) cujas folhas simulam os movimentos dos braços da sinalização semafórica, Bose descobriu que o veneno que interrompe esta movimentação também faz parar o coração de um animal. O seu antídoto, em um e outro caso, restaura a vida de todos estes organismos.

Bose encontrou respostas conclusivas de que as plantas se embebedam também com o gim, uísque e outros tipos de bebidas alcoólicas, e de que sob o efeito do álcool cambaleiam como cambaleiam os seres humanos e os animais e aves sob o mesmo estímulo. Também sofrem "ressaca" posterior e necessitam ser ajudadas a se recomporem.

O cientista anestesiou plantas com clorofórmio e suas reações à anestesia e a recuperação delas quando levadas ao ar fresco eram idênticas às dos animais. Bose usou clorofórmio para anestesiar um pinheiro e replantá-lo, evitando qualquer dano à planta.


Nos anos 60, outro cientista pioneiro, o Dr. Clive Backster, conseguiu assombrosos resultados de suas experiências com o auxílio de detectores de mentira, certificou-se de que as plantas reagiam a ameaças concretas e potenciais, mutilações, esmigalhamentos, cortes ou aos perigos potenciais representados por cachorros e pessoas que as machucam.

Um galvanômetro é a parte de um detector de mentiras que, quando ligado a um ser humano por fios que conduzem uma baixa corrente elétrica, faz com que uma agulha se mova - e sua ponta trace um gráfico num papel móvel - em resposta às mais sutis oscilações emocionais. A maneira mais eficaz de provocar num ser humano uma reação tão forte a ponto de causar um salto no galvanômetro é ameaçá-lo em seu bem estar. E foi justamente isso que Backster resolveu fazer com uma Dracena. Ele colocou uma folha da Dracena na xícara de café quente que tomava. Nenhuma reação notável foi registrada pelo medidor. Backster considerou a situação por alguns minutos e concebeu então uma ameaça maior: queimar a folha à qual os eletrodos haviam sido ligados. No instante em que lhe veio à mente a idéia do fogo, antes que ele pudesse se locomover para apanhar um fósforo, ocorreu no gráfico uma mudança dramática, sob forma de uma prolongada ascensão da ponta que realizava o traçado. Poderia a Dracena ter lido a sua mente? Saindo finalmente da sala e voltando com uma caixa de fósforos, ele notou que outra súbita alteração se registrara no gráfico, evidentemente causada pela sua determinação em levar a cabo a ameaça. Mais tarde, enquanto ele assumia atitudes fingidas, como se realmente fosse colocar fogo na planta, já nenhuma reação se notava.

Evidenciava-se que a planta era capaz de distinguir entre a intenção real e a simulada.

Em 1969, na universidade de Yale, e diante de um grande número de universitários, Backster realizou o "experimento da aranha". As plantas reagiram à entrada de uma aranha no recinto, mesmo antes do fato de que a aranha começasse a correr de alguém que combatia veementemente os seus movimentos. "A impressão que se tinha é de que cada decisão da aranha para escapulir era apreendida pela planta, causando assim uma reação na folha", disse Backster, que viria a afirmar: "talvez as plantas sem olhos consigam enxergar melhor do que nós".

Outra descoberta feita: a de que as plantas talvez se afinem umas com as outras e que, diante da vida animal, parecem dar menos atenção às suas companheiras. "A última coisa que uma planta espera é que outra lhe crie problemas", disse Backster. O "controle" que as plantas exercem ao seu redor diz respeito aos bichos e seres humanos porque eles "se movem", merecendo, portanto, um controle atento da sua parte.

Backster observou também que, ameaçada por um perigo eminente ou um dano grave, uma planta "apaga" ou "desmaia" por autodefesa, semelhante ao procedimento de alguns animais que fingem-se de mortos, como o Gambá. Um caso assim se deu quando Backster recebeu em seu laboratório a visita de um fisiologista canadense, que veio presenciar a reação das plantas. As cinco primeiras plantas testadas não deram sinal algum. Backster esmerou-se na verificação da aparelhagem e em outros expedientes, em vão. A sexta planta, testada após toda esta trabalheira, corajosamente demonstrou as suas habilidades, ainda que de forma fraca. Interessado em saber o que poderia ter influenciado as outras plantas, Backster perguntou ao visitante:

- Por acaso seu trabalho o força a fazer mal às plantas?

- Sim, eu as torro no forno para obter o seu peso seco para minha análise.

Quarenta e cinco minutos após a saída do fisiologista rumo ao aeroporto, todas as plantas responderam aos testes de Clive Backster.

Observando os fatos acima, Backster chegou à conclusão de que as plantas podem ser levadas ao "desmaio" ou "mesmerizadas" pelos seres humanos, assim como acontece no ritual dos carrascos antes de um animal ser abatido de forma correta (por exemplo, na alimentação Kosher, de origem judaica, procura-se proporcionar ao animal o menor sofrimento possível no abate, para que ele não tenha tido tempo, como defesa, de expelir resíduos químicos nocivos ao paladar e à saúde de quem irá ingerir a sua carne). Este pensamento levou Backster a raciocinar que as plantas e frutos que consumimos "queiram" de fato ser consumidos, mas só numa espécie de ritual amoroso, como uma comunicação real entre o que come e o que é comido - numa "comunhão" do tipo religiosa - e não com a costumeira matança desapiedada. Diz Backster: "Pode ser que um vegetal prefira passar a fazer parte de outra forma de vida a apodrecer no chão, assim como, à sua morte, uma pessoa pode experimentar alívio por encontrar-se num plano de existência mais alto."

PhilodendronOutra descoberta interessante foi a de que as plantas não toleram mentiras e falsidades, apontando o falsário através das reações às suas mentiras. O Objetivo do teste era o de provar que "tanto as plantas quanto as células individualizadas captavam sinais através de algum meio de comunicação inexplicado pela ciência". Na experiência foram utilizados um jornalista e um Philodendron (Imbé). A partir da segunda pergunta, após ter revelado a data do seu nascimento de forma correta, o jornalista devia dizer sempre não às perguntas formuladas sobre a sua vida entre os anos de 1925 a 1931. A planta reagiu, de forma veemente, a todas as falsidades ouvidas.

O psiquiatra Aristides H. Esser, diretor do centro de pesquisas do Hospital Estadual Orangeburg-Rockland, não acreditando nas conclusões de Backster, resolveu repetir o mesmo teste. Com o auxílio um químico, Douglas Dean, da Escola de Engenharia de Newark, realizou a pesquisa com um criador de Philodendros. O Imbé reagiu a todas as respostas falsas, através do galvanômetro, fazendo com que o Dr. Esser se rendesse aos fatos.

Backter demonstrou também que existe um forte vínculo entre as plantas e quem cuida delas, independente das distâncias ou da proximidade da pessoa com a planta. Retornando de uma viagem a Nova York, constatou que as suas plantas manifestaram alegria pela sua volta no exato momento em que, inesperadamente, decidira (ainda lá) a voltar para casa. Sempre que Backster viajava para um ciclo de palestras e falava de suas observações, mostrando um slide da sua "deusa" iniciadora - a Dracena com o qual iniciou seus trabalhos - no mesmo momento ela reagia de forma exuberante, em seu laboratório.

Na véspera do Ano Novo em Nova York, Backster adentrou-se no barulho da Times Square, munido de um caderno e um cronômetro. À medida que se movia entre a massa, anotou suas varias ações, os passos que deu, a pressa que o invadiu ao descer as escadas do metrô, a iminência de ser pisoteado, a ligeira alteração que teve com o vendedor de jornais. Quando voltou ao laboratório, verificou que três de suas plantas, controladas separadamente, tinham mostrado reações similares às suas corriqueiras "aventuras emocionais" na Times Square.

Em um teste efetuado com seis alunos, cada um deles, de olhos vendados, tirou de um recipiente um papelzinho dobrado. Um dos papéis continha a ordem de torturar e depois destruir completamente uma das duas plantas que estavam na sala. O "criminoso" deveria agir em segredo e nem Backster ou qualquer um dos seus colegas saberia a sua verdadeira identidade. Depois de tudo feito, com o polígrafo ligado na planta sobrevivente, esta planta, através de uma manifestação feroz, indicou o "assassino". Backster excluiu do resultado desta experiência a possibilidade de que a planta houvesse captado a culpa do assassino, uma vez que ele assumira, sem culpas, o seu trabalho em prol da ciência.

Um dia, ao cortar acidentalmente um dedo e se tratar com Iodo, Backster notou que a planta então submetida ao polígrafo reagiu de imediato, aparentemente afetada por esse fato: a morte de algumas células digitais; sendo que um mesmo padrão se repetia no gráfico sempre que uma planta testemunhava a morte de tecidos vivos.

Poderia a planta, a um nível tão minimizado, ser sensível a todo processo de morte celular que ocorria em seu meio ambiente?

O padrão típico reapareceu, noutra ocasião, quando Backster se preparava para tomar uma porção de iogurte. Ele acabou se dando conta de que o que misturara ao iogurte continha um preservativo químico que exterminava os bacilos vivos presentes no ultimo. Outro padrão inexplicável no gráfico foi finalmente esclarecido ao evidenciar-se que as plantas reagiam também à água quente que escorria pelo esgoto e dava morte às bactérias do esgoto.

Nem Backster e nem ninguém, até hoje, sabe ao certo o tipo de onda energética que leva às plantas os sentimentos e idéias de um ser humano ou mesmo de uma célula. O citologista Dr Howard Miller concluiu que uma espécie de "consciência celular" deveria ser comum a toda a vida. Baseado nesta opinião abalizada, Backster pesquisou uma forma de conectar eletrodos a diferentes tipos de células: amebas, paramécios, levedo, culturas de mofo, raspas da boca humana e esperma. A inteligência e sagacidade maior foram demonstradas pelas células do esperma, que foram capazes até de identificar os seus doadores, ignorando a presença de outros. "O resultado obtido leva à hipótese de que uma espécie de memória total possa integrar a simples célula. Sendo assim, talvez, o cérebro seja apenas um mecanismo comutador - e não necessariamente um órgão de armazenamento de lembranças".

"A senciência" não parece interromper-se ao nível celular. É provável que desça ao molecular, ao atômico, e mesmo ao subatômico. Todas as coisas já convencionalmente tomadas por inanimadas podem nos impor agora a sua reavaliação". Posteriormente, hipótese parecida recebeu os avais do inventor, engenheiro e bioquímico Itzhak Bentov e do físico teórico Amit Goswami.

Pushkin, um professor moscovita, admitiu que as células vegetais da flor reagem a processos ocorridos no sistema nervoso de seres humanos, ou o que vagamente se define como seus "estados emocionais". No encalço de um significado para a reação da flor, ele escreveu: "Talvez entre esses dois sistemas de informações, as células vegetais e o sistema nervoso, exista um vínculo específico. A linguagem da célula vegetal pode estar relacionada à célula nervosa. Embora totalmente diversas, essas células vivas parecem capazes de se compreender mutuamente". Estaria aí o segredo das essências florais?

O TESTE DOS CAMARÕES

Ciente de que só poderia despertar o interesse da ciência para as suas descobertas se as publicasse numa publicação especializada, expondo-as às críticas e ao conhecimento dos cientistas, Clive Backster colocou as mãos na massa. Financiado pela Fundação Parapsicológica da paranormal e célebre Eileen Garret, e com a colaboração de diversos cientistas de diversas áreas, foi concebido um elaborado sistema de controles experimentais que consistia em "Matar células vivas com um mecanismo automático, num momento casual em que ninguém se encontrasse no escritório ou adjacências, e ver como as plantas reagiam".

Foram escolhidos para as pesquisa camarões de água salgada em estado ótimo de vitalidade, já que havia evidências que o tecido doente ou moribundo não responde aos estímulos remotos e não transmite mensagens. Os camarões seriam colocados em uma tigelinha e esta os despejaria, automaticamente, numa panela de água fervendo. Um programador mecânico acionaria um dispositivo num momento selecionado ao acaso e isto impediria que Backster e seus comandados soubessem a hora exata da ocorrência. Seriam despejadas aleatoriamente outras tigelas de água sem camarões, para servir de controle.

As plantas selecionadas (Philodendrum Cordatum) foram ligadas ao galvanômetro, três delas em salas separadas. Um quarto galvanômetro foi plugado a uma resistência de valor fixo, para indicar as possíveis variações causadas por intermitências no fornecimento de energia ou por perturbações eletromagnéticas ocorridas perto ou dentro da área da experiência.

A Hipótese de Backster era de que "existe uma percepção primária ainda não definida na vida das plantas, que o extermínio da vida animal pode servir de estímulo localizado para demonstrar essa capacidade perceptiva, e que é possível comprovar que a percepção das plantas funciona independentemente do envolvimento humano".

O resultado é que as plantas se comportaram como de costume, reagindo sincronizadamente ao afogamento dos camarõezinhos na água fervente. Cientistas examinaram o sistema automatizado, que lhes revelou que essa reação das plantas se processou de forma consistente - na proporção de cinco para um - contra a possibilidade do "acaso". Foi então publicado um ensaio científico em 1968, no volume X do The International Journal of Parapsycology, so o título: "Evidência sobre a percepção primária na vida vegetal".

Estava dada a partida para que outros cientistas testassem o efeito Backster e repetissem os mesmos resultados. Sete mil cientistas e alunos de 20 universidades reproduziram o experimento, e algumas fundações se ofereceram para propiciar o financiamento das pesquisas. A reação pública se iniciou com um artigo pioneiro publicado pela National Wildlife - em fevereiro de 1969 - apelidando a planta Dracena massangeana de "pop star", pois ela rompera a barreira que nos separava da vida secreta das plantas.

Backster prosseguiu e aprimorou o seu equipamento, com a aquisição de eletrocardiógrafos e eletroencefalógrafos que produziam leituras muito mais aperfeiçoadas do que as obtidas através do polígrafo e 10 vezes mais fiéis.

Aberto o primeiro véu que nos separa do incogniscível, veio a segunda etapa. O "acaso", mais uma vez, propiciou a Clive Backster uma nova fonte de pesquisas. Tratando do seu cachorrinho, Backster estava no ato de quebrar a casca de um ovo cru, quando uma das suas plantas (que estava "ligada" aos aparelhos), reagiu de forma vigorosa. Backster repetiu a dose no dia seguinte e obteve o mesmo resultado. Nove horas se passaram com ele elaborando gráficos pormenorizados, desta vez tendo os eletrodos ligados ao ovo. Obteve-se a freqüência situada entre 160 e 170 batidas por minuto: correspondente à batida do ritmo cardíaco de um embrião de galinha com três ou quatro dias de incubação. O interessante é que o ovo não estava fertilizado. Dissecando o ovo, Backster verificou que ele não possuía estrutura física circulatória alguma que correspondesse àquela estranha pulsação. "O ovo parecia ter um campo de força situado além donosso conhecimento científico", escreveu.


Itzahk Bentov, engenheiro, cientista, inventor e místico, fez algumas medições num ovo, e constatou: "Se tomarmos um ovo de galinha e abrirmos nele duas janelas, uma na parte superior e outra na inferior - com cuidado para não danificarmos a sua membrana - e então utilizarmos um voltímetro muito sensível, equipado com dois eletrodos de prata, para tocarmos as regiões expostas da membrana, registraremos, em cima, carga positiva e, embaixo, negativa. No ovo não fertilizado essa voltagem terá um valor constante de 2,40 milivolts. Bentov aconselha mais duas janelas na lateral do ovo, uma oposta a outra, e constataremos que não existe nenhuma diferença de potencial semelhante a dos pólos longitudionais. O que isto indica? A existência de um campo elétrico "disposto ao longo do eixo maior do ovo e que, pelos lados leste, se volta sobre si mesmo". É ao longo da linha que a espinha do pintinho irá se desenvolver.


Há estudos do professor Harold Saxton Burr, professor de anatomia em Yale, sobre organismos vivos, a respeito desta área (Blue Print for Immortality). Burr criou o nome "campos organizadores" da vida, sustentando que eles vêm em primeiro lugar dispondo os átomos e as moléculas do organismo em crescimento para que se modelem na forma adequada. Bentov chama a este processo de "holograma eletromagnético" e após considerações conclui: "Confirmando a idéia de que a nossa matéria (nossos corpos vivos) é mantida junta, coesa, por meio de um padrão de interferência quadridimensional".

O que nos lembra, caso você tenha tido a paciência de ler o post anterior [do Saindo da Matrix], que o perispírito é o molde metafísico para a organização material (física) do embrião.

TSUNAMI

As ondas que devastaram o sudeste asiático em dezembro de 2004 invadiram cerca de 3,5 Km do Parque Nacional Yala, a maior reserva de vida selvagem do Sri Lanka e lar de centenas de elefantes, leopardos e outros animais. Entretanto, segundo o diretor do Departamento de Vida Selvagem do Sri Lanka, H.D. Ratnayake, nenhum animal selvagem foi morto. Não foi possível encontrar nem mesmo uma lebre morta no parque por conta da enchente repentina. Segundo especialistas em comportamento animal do Zoologico de Johannesburg, na África do Sul, apesar da falta de comprovação científica, os animais parecem ter um "sexto sentido" capaz de "sentir" e prever terremotos e erupções vulcânicas, procurando instintivamente um local seguro.

Ou teria sido as plantas a soar o alarme psíquico, captado pelos animais?

Fonte:
http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2007/06/a_mente_das_plantas.html

sábado, 20 de dezembro de 2008

Ernesto Bozzano - um espírita positivista


De materialista convicto à grande defensor do Espiritismo, Bozzano deixou uma obra de incalculável valor para à humanidade.

Eminente pensador e cientista italiano, nascido em 9 de janeiro de 1862 na cidade de Gênova e falecido na mesma cidade no dia 24 de junho de 1943. Ernesto Bozzano aos quinze anos de idade já demonstrava uma vocação para o estudo e se interessava por filosofia, psicologia e todas as ciências naturais. Queria encontrar respostas, às múltiplas perguntas que agitavam sua alma juvenil, sobre a natureza humana e o sentido da vida.

Por falta de apoio familiar não pôde seguir os estudos superiores, mas seu apaixonado amor pelo saber levaram-no a obter com esforço próprio uma sólida formação filosófica e científica. Estudou também por sua conta a língua inglesa, dominando-a perfeitamente. Inicialmente, seu pensamento apresentou tendência para o materialismo e para o positivismo, influenciado pelas doutrinas de Comte e de Spencer, as quais chegou a professar com fervor e intransigência. Admirava acima de tudo o eminente filósofo inglês, a quem considerava como "o Aristóteles dos tempos modernos", por haver construído uma impressionante síntese de todo o conhecimento humano.

Anos depois confessaria: "Fui um positivista-materialista a tal ponto convencido que me parecia inverossímil que existissem pessoas cultas, dotadas de bom senso, que pudessem crer na existência e sobrevivência da alma".

Em 1891, o senhor Théodule Ribot, professor da Sorbone e diretor da Revue Philosophique, informou-o do lançamento da revista Annales des Sciences Psychiques, dirigida pelo Dr. Dariex e sob a orientação do professor Charles Richet. O professor Ribot exortava-o à leitura da revista com atenção, pois ali se estava propondo um novo enfoque para a psicologia, com a incorporação dos fenômenos supranormais. Sua primeira reação foi de desconforto, pois considerava um verdadeiro escândalo que representantes da ciência oficial discutissem seriamente a possibilidade da transmissão do pensamento ou a aparição de fantasmas. Mas a leitura demorada dos Anais foi removendo progressivamente seus preconceitos, obrigando-o a mudar de opinião. Posteriormente, Bozzano e Richet mantiveram com regularidade uma correspondência franca e afetuosa.

Nesse período apareceu o famoso livro de Gurney, Podmore e Myers, Phantasms of the Living (Fantasmas dos Vivos) em tradução para o francês com o título modificado de Hallucinations Télépatiques (Alucinações Telepáticas) onde um grande número de casos comprovados sobre telepatia, clarividência, premonição, telecinesia, desdobramento, aparições e mediunismo em geral eram apresentados. Bozzano estudou meticulosamente a obra e começaram a dissipar-se as dúvidas que o afligiam. Outra obra que exerceu uma influência significativa sobre Bozzano foi Animismo e Espiritismo, do grande investigador russo Alexander Aksakof. Daí em diante dedicou-se a estudar sistematicamente os fatos espíritas, tomando como roteiro as obras de Kardec, Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace, Du Prel e outros eminentes investigadores das ciências psíquicas.

Em busca da comprovação

Quando já havia adquirido um amplo conhecimento teórico, considerou Bozzano ter chegado o momento de comprovar os fatos mediante experiências próprias. Em janeiro de 1899, fundou o Círculo Científico Minerva, um grupo experimental dedicado à verificação dos fenômenos psíquicos e mediúnicos com a participação de vários professores da Universidade de Gênova.

Durante cinco anos, graças ao intenso trabalho efetuado, aquele seleto grupo deu muito o que falar à imprensa italiana e mundial, tanto pela qualidade dos fenômenos que ali ocorriam como pelo rigor científico com que eram estudados. Apresentaram-se manifestações mediúnicas impressionantes, tanto de ordem intelectual como física, tais como a psicofonia, psicografia, xenoglossia, voz e escrita diretas, levitação e, inclusive, a materialização. O desenvolvimento das sessões no Círculo Minerva e seus resultados tornaram-se conhecidos pelo trabalho de seus vários experimentadores, em diversos fascículos, monografias e livros, constituindo um material muito valioso para a bibliografia especializada no tema.

Bozzano passou quase uma década estudando, analisando, comparando, antes de começar a escrever e publicar. Seu primeiro artigo intitulado "Espiritualismo e Crítica Científica", apareceu em dezembro de 1899 na Rivista di Studi Psichici, que era editada em Turim sob a direção de Cesar Baudi de Vesme, e que simultaneamente era editada em francês com o nome de Revue des Etudes Psychiques. A partir daí, e por mais de quarenta anos, trabalhando num ritmo intenso de 14 horas diárias, levando uma vida austera e disciplinada, consagrou-se à redação de artigos, monografias e livros que, se fossem reunidos em volumes de tamanho médio, chegariam ao respeitável número de 15.000 páginas. Fortalecido em seus argumentos, valente em suas informações, Bozzano proclamou a veracidade das teses espíritas e enfrentou com sua argumentação clara e serena os preconceitos acadêmicos e a aversão religiosa.

Um pouco de sua obra

Pela sua amplitude e por estar dividida em centenas de artigos publicados em revistas espíritas e metapsíquicas do mundo não é possível apresentar uma relação completa de sua obra escrita. Não existe tema vinculado à investigação psíquica que tenha escapado a sua observação e análise. Aqui relacionamos alguns livros mais conhecidos e divulgados: Hipótese Espírita e Teoria Científica, Casos de Identificação Espírita, Fenômenos Premonitórios, Os Enigmas da Psicometria, Comunicações Mediúnicas entre os Vivos, Defesa do Espiritismo, Cérebro e Pensamento; Pensamento e Vontade, Manifestações Supranormais entre os Povos Primitivos, A Crise da Morte, Fenômenos Psíquicos no Momento da Morte, Literatura depois da Morte, Fenômenos de Transportes, Xenoglossia (Mediunidade Poliglota); Breve História dos Raps; Fenômenos de Bilocação; Fenômenos de Assombração; Animismo ou Espiritismo? , A Verdade sobre a Metapsíquica Humana; A Morte e seus Mistérios; Manifestações Metapsíquicas nos Animais.

Quando foi necessário sair em defesa do Espiritismo, não hesitou em discutir com os mais ardentes contraditores, defendendo seus argumentos com a força do raciocínio e apoiando sobre os fatos todas as suas afirmações, sem deter-se em discussões estéreis ou na desqualificação pessoal de seus adversários, a quem sempre ofereceu sua amizade. Assim ocorreu com Sudré, Morselli, Mackenzie e outros estudiosos contrários à interpretação espírita, que sempre demonstraram respeito à inteligência e às qualidades morais de Bozzano. O próprio Richet confessou-lhe em uma carta que foram suas monografias que o fizeram vencer seu ceticismo a respeito da existência e imortalidade do espírito.
Ernesto Bozzano é, sem dúvida, o maior representante italiano do Espiritismo. Sua contribuição a esta "Ciência da Alma" assim chamada por ele, à Metapsíquica e à Parapsicologia é inestimável, contribuindo também na formulação de seus princípios teóricos e em sua demonstração experimental. Seu trabalho constitui uma das mais poderosas demonstrações a favor do reconhecimento da idéia transcendente que haverá de orientar o ser humano em sua ascensão evolutiva: a sobrevivência e continuidade do espírito depois da morte.

Artigo publicado na edição 07 da Revista Cristã de Espiritismo.

Fonte: http://www.rcespiritismo.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=241&Itemid=42

Links Interessantes:
http://souespirita.blogspot.com/2007/09/biografia-ernesto-bozzano.html

http://www.autoresespiritasclassicos.com/Autores%20Espiritas%20Classicos%20%20Diversos/Ernesto%20Bozzano/LIVROS%20ESPIRITAS%20GRATIS.htm

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Reiki estimula resposta imunológica


Entrevista com Ricardo Monezi, biólogo pesquisador da UNIFESP

O Reiki - técnica de imposição de mãos desenvolvida no final do século XIX pelo teólogo japonês Mikao Usui - pode ser uma ferramenta auxiliar no tratamento de doenças?

Muitos garantem, sem pestanejar, que pode. Mas a confirmação científica dessa possibilidade começa a se consolidar agora, a partir de pesquisas como a do biólogo Ricardo Monezi, da Universidade Federal de São Paulo, que indica interferência favorável da técnica no tratamento de animais de laboratório com câncer.

Segundo Monezi, o Reiki age positivamente na redução do nível de estresse, uma das possíveis causas do surgimento, agravamento e até comprometimento do tratamento de doenças crônicas como o diabetes.

NAS MÃOS

O biólogo Ricardo Monezi estuda na Unifesp os efeitos do reiki, uma técnica manual, em pacientes como a dona de casa Mariana Girão.

Durante cinco anos, Monezi conduziu uma pesquisa com camundongos para saber se o Reiki interferiria positivamente no tratamento contra o câncer. Ele montou três grupos de camundongos. O primeiro não recebeu tratamento; o segundo recebeu tratamento falso - a imposição de mãos foi feita com a colocação de luvas presas a duas hastes de madeira; e o terceiro foi tratado com Reiki.

Monezi analisou o comportamento dos linfócitos - que são os responsáveis pela defesa imunológica do organismo - frente a um tumor e concluiu que os ratos submetidos ao Reiki mostraram aumento da capacidade de enfrentar a doença. O mesmo padrão foi observado com tumores mais agressivos. Os animais foram submetidos ao Reiki durante quatro dias, em sessões de 15 minutos.

Segundo o biólogo, esses resultados afastam a hipótese de que o sucesso do tratamento seja resultado de sugestão psicológica. A próxima etapa de sua pesquisa será observar o uso do Reiki em seres humanos. A intenção é verificar se o Reiki pode colaborar para reduzir o estresse e melhorar a imunidade de pacientes idosos, que muitas vezes sofrem baixa em sua resistência.

A palavra Reiki significa Energia Vital Universal. Seus criadores basearam-se na crença de que a energia liberada por um praticante de Reiki envolve o paciente, atuando sobre seu corpo físico.

Do ponto de vista físico, explica o pesquisador, o ser humano é constituído por energia - o que pode ser observado, por exemplo, no eletrocardiograma, que mede a função elétrica do coração. Desde a década de 80, diversas correntes de pesquisa têm buscado embasamento científico para a teoria que fundamenta o Reiki e outras técnicas de imposição de mãos.

Todas têm constatado, como efeitos, sensação de bem-estar, diminuição de sintomas relacionados ao estresse e sensação de relaxamento.

Há trabalhos que indicam a técnica no tratamento de ansiedade, depressão e fobias como a síndrome do pânico. Monezi fala em indicação terapêutica complementar. Isto é, uma terapia de apoio ao tratamento convencional.

REVISTA ÉPOCA – edição 459 (21/03/2007)

Se desejar maiores informações, acesse o google e digite o nome do biólogo, você pode ter acesso inclusive à tese de mestrado defendida por ele na UNIFESP, na íntegra.

Enviado por Laura ao grupo Psicomundrungo

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Efeito retroativo da prece?


O poder da reza

CONTARDO CALLIGARIS

Mistério: estudo mostra que uma reza
retroativa ajudou pacientes anos depois da internação

UM AMIGO médico, Décio Mion, me fez conhecer um estranho debate que ocupou, de 2001 a 2003, as páginas do seríssimo "British Medical Journal". Premissa: várias pesquisas, há tempos, mostram os efeitos positivos da reza numa variedade de condições patológicas. Documenta-se que o doente encontra benefícios (quanto ao andamento de sua enfermidade) no ato de rezar ou na consciência de que seus próximos rezam por ele. Até aqui, tudo bem: o paciente acharia assim uma paz de espírito que melhora sua evolução. A coisa se complica: às vezes, as pesquisas mostram que a prece traz benefícios mesmo quando alguém reza por um doente sem que ele próprio saiba disso. Como explicar esses casos? Talvez o benefício seja fruto de uma intervenção caridosa da divindade solicitada, mas essa explicação depende de um ato de fé que não cabe na interpretação de uma pesquisa científica. Além disso, é curioso que os benefícios apareçam seja qual for o deus ou o intercessor que receba a oração. Resta, pois, imaginar que a intenção humana (o esforço cerebral de quem deseja que algo aconteça e reza por isso) tenha alguma realidade material (energia, partículas etc.) capaz de influir no andamento de um processo patológico. Estranho? Nem tanto: afinal, até poucas décadas atrás, ignorávamos a existência de uma série de partículas que, segundo a física de hoje, povoam nosso universo. Por que as nossas intenções não movimentariam uma energia desconhecida, mas capaz de alterar o mundo físico? Nos EUA, nos anos 60-70, foram organizadas reuniões diante da Casa Branca com a idéia de que, se todos se concentrassem, a energia do dissenso faria levitar a residência do presidente norte-americano. Embora cético, participei, convencido por um amigo que dizia: "Tentar não dói". Claro, não funcionou. Ora, no fim de 2001, o "British Medical Journal", depois de um editorial lembrando que a razão não explica tudo, publicou uma pesquisa, de L. Leibovici (BMJ, 2001, 323), que registra os efeitos benéficos (em pacientes com septicemia) de uma reza afastada não só no espaço, mas também no tempo. Explico. Foram incluídos no estudo todos os pacientes internados com septicemia, de 1990 a 1996, num hospital israelense; eram 3393. Em 2000 (de quatro a dez anos mais tarde), por um processo rigorosamente aleatório, os arquivos desses pacientes foram divididos em dois grupos: um grupo pelo qual haveria reza e um grupo de controle. Para cada nome do primeiro grupo, foi dita uma breve reza que pedia a recuperação do paciente e do grupo inteiro. Resultado: no grupo que recebeu uma reza em 2000, a mortalidade foi (ou melhor, fora, de 90 a 96) inferior, embora de maneira pouco significativa; no mesmo grupo, a duração da febre e da hospitalização fora (ou melhor, havia sido, de 90 a 96) significativamente menor. A publicação da pesquisa provocou uma enxurrada de cartas (BMJ, 2002, 324), algumas contestando as estatísticas, outras manifestando uma certa incompreensão do problema, que é o seguinte: como entender que uma reza possa agir não só sem que o paciente tenha consciência da intercessão pedida (com possível efeito psicológico positivo), mas à distância no tempo? Como entender, em suma, que uma reza dita em 2000 tenha um efeito retroativo em alguém que estava doente entre 90 e 96, quando a pesquisa e a reza nem sequer estavam sendo cogitadas? Uma tentativa de resposta veio em 2003. O "BMJ" (2003, 327) publicou um interessante e enigmático artigo de Olshansky e Dossey, "History and Mystery" (história e mistério), em que os dois médicos dão prova de conhecimentos de física quântica muito acima de minha cabeça. O argumento de fundo é o seguinte: há modelos do espaço-tempo nos quais é possível que haja relações físicas entre o passado e o presente (ou seja, modelos em que o presente pode alterar o passado).Que o leitor não me peça para explicar como isso aconteceria. As dimensões do "espaço de Calabi-Yan" e os "campos bosônicos", para mim, são tão obscuros quanto os ectoplasmas, os espíritos e os milagres. Moral da história: embaixo do sol (ou da chuva), deve haver muito mais do que imaginamos, até porque nossa ciência está longe de ser acabada. Alguns colegas positivistas talvez durmam mal com esse barulho. Eu não acredito nas paranormalidades, mas, em geral, durmo melhor ninado pelo mistério do que pelas certezas.

Fonte: http://diacrianos.blogspot.com/2008/01/o-tempo.html

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Chi Kung


O Chi Kung ("Treinamento de Energia") é, provavelmente, uma das práticas de saúde mais antigas conhecidas na China. Surgido dentro das antigas danças xamânicas (Daoyn), foi incorporado por taoístas e budistas e recebeu influência das práticas indianas do chamado Pranayama (ciência yogue do controle da respiração).

É composto pela soma entre respiração e movimento - as respirações variam em velocidade, profundidade e vigor, conforme o resultado desejado. O objetivo é cultivar o Chi (energia vital), aumentar a força, melhorar a saúde e, dentro das práticas religiosas, facilitar a transcendência.

*

O Chi Kung da respiração Interna

Por Michael Winn

Existem literalmente, milhares de técnicas de respiração ensinadas pelas diversas tradições espirituais de todo o mundo. Existem muitos livros que ensinam a respirar e o que fazer com a sua respiração. A respiração é usada para diminuir o stress, para a cura de problemas psicológicos e para renascer.

O Chi Kung taoista (se escreve também “Qigong”) usa a respiração de uma forma bem diferente das muitas técnicas de respiração orientais. Se você for para a India poderá observar que a maioria dos métodos de respiração, são classificadas ali como pranayama, método que pratiquei durante muitos anos até descobrir o taoista. As escolas de Yoga procuram usar métodos mentais de controle da respiração. No método taoista a forma de controle é bem diferente: não há contagem numérica ou o uso de certos ritmos e nem formas de ensinar á inteligência dos pulmões como ele deve respirar. O Objetivo dos métodos taoistas é cultivar a capacidade natural e espontânea, a inteligência do corpo e do “espírito dos pulmões”, para que atinjam níveis profundos da respiração natural. O significado básico da palavra Chi (ou Qi) é “respiração sutil”.

Se você praticar os exercícios que chamo de Chi Kung Fundamental, aprenderá a fazer os seis sons que curam dos animais, que são em essência técnicas de respiração. Esta técnica ensina os órgãos internos a se abrirem e a aprenderem a respirar. Aprendemos que a respiração não está limitada aos pulmões, que o fígado, o baço e os rins também respiram de uma forma sutil, percebida como uma pulsação regular e diferente, acontecendo dentro do corpo de uma forma energética e física. Este método de respiração Chi, concentra-se na expiração que relaxa, limpa e liberta.

Usamos também a respiração da pele – que acontece quando você respira através dos poros da pele. Este método precisa de um treinamento energético e considera a pele como uma extensão externa da membrana dos pulmões. Eles se tornam, energeticamente falando, um único órgão. Dentro da tradição taoista, existem muitos métodos diferentes de respirar e isto é uma de suas características básicas. Para os taoistas, a respiração ativa e expressa as funções rítmicas Yin e Yang do corpo. Eles usam estes ritmos energéticos do corpo, como meios de comunicação com o corpo do Tao, que se manifesta na natureza viva ou cosmos.

Uma dos meus métodos favoritos de respiração do Chi Kung é o que chamo de “a respiração do oceano”. Neste método você cria uma ressonância rítmica entre sua respiração física e o movimento das ondas do oceano. Este movimento se torna um tipo de “respiração interna do Chi” porque a mente se concentra num movimento de ondas que acontece profundamente dentro dos principais canais de energia do corpo.

Antes de buscar novas praticas de respiração deveríamos nos perguntar o que é a respiração? O que significa respirar? As pessoas sempre acreditam em falsas definições sobre isto. O Chi Kung taoista sempre usa movimentos e técnicas diferentes para ativar a respiração natural de todo o corpo. Quando você aprende através do movimento, o corpo se lembra e aprende de uma forma mais profunda. Porque o movimento é algo que o corpo faz o tempo todo. E enquanto nos movimentamos e pulsamos, todo o corpo respira como um bloco único. Construir a unidade corporal é um pré-requisito para construirmos a unidade consciente de nosso ego fragmentado. Este é o ponto fraco de nossa psicologia ocidental, a não compreensão da inteligência e do potencial do corpo para integrar o ego.

Quando falamos sobre a respiração precisamos distinguir entre a respiração interna e a externa. A respiração externa é o nível físico de oxigênio que entra e sai dos pulmões. Mas atrás deste movimento de ar que entra e sai do corpo se esconde uma pergunta: quem ou o que controla o movimento no processo da respiração? Algo causa o movimento dos pulmões. Chamar isto de “ sistema nervoso autômato do corpo”, não responde a esta questão, apenas esconde o problema debaixo de uma linguagem mecanicista. Há uma espécie de inteligência atuando no processo da respirar, que estamos interessados em conhecer. Estamos interessados em saber: “Como esta inteligência funciona?” Como ela decide quando e como devemos respirar? A resposta a esta questão nos leva a muitas outras questões sobre energias sutis e espirituais. O estudo do Chi Kung (qigong) e do Neidan kung (neidangong), ou da Alquimia Interna Taoista, pode nos trazer respostas profundas a estas questões.

O método interno taoista da respiração interna Chi, que aprendi e refinei durante vários anos, é o método de respiração mais poderoso dos que já experimentei e testei, nas diferentes tradições que conheci. Isto porque é o que mais se harmoniza com os movimentos essenciais da força da vida. Toda forma de Chi Kung é em essência, um método de cultivar a nossa relação com a força da vida, com a pulsação do campo de Chi, que existe infinitamente a nossa volta e em todas as direções.

O campo do Chi Interno se estende de dentro de nós infinitamente para todas as direções e dimensões internas. Ele trabalha esta relação entre os campos de chi interno e externo, usando o Nei Kung, “a respiração da mente”, coordenada com o movimento do Chi Kung e a respiração física.

A força da vida ou a função dos campos de energia Chi, “respiram” por 3 vias, chamadas pela cultura tradicional chinesa de yin, yang e yuan. Estas palavras de difícil tradução, se referem à força positiva, negativa e neutra. Yuan também significa “Chi Original” ou respiração original. O Chi Yin, na respiração, é a energia do Chi se movendo para dentro, é a inspiração e a contração. O Chi Yang é a expiração, a expansão o exalar. O terceiro tipo de energia, yuan, a energia neutra e original do Chi, poderia ser comparada de uma forma grosseira ao espaço, entre a inspiração e a expiração quando nos referimos a respiração.

Sendo assim, estamos em verdade, nos relacionando com a força da vida a cada respiração, porque ao respirar estamos inspirando, expirando e fazendo uma pausa entre ambas, mesmo que seja uma pausa curta. Nossa natureza intima, a forma com que fomos criados para respirar, espelha a estrutura de movimento da força da vida agindo dentro de nós. Sendo assim, realizar a respiração interna do Chi não é nada novo, e sim, algo que nos ensina a compreender profundamente o que realmente estamos fazendo a cada respiração.

Devemos nos perguntar, o que é exatamente “a respiração interna Chi” ? Compreender isto é compreender a relação entre a respiração física e a respiração de nosso corpo energético. Nosso corpo energético é, nada mais, do que a soma total de todos os nossos canais de energia e toda a energia sutil de nossa mente/corpo e suas funções, que formam os traços de nossa personalidade. A maioria das pessoas não tem consciência desta relação porque vivem olhando o mundo como um mundo material cheio de coisas sólidas. Eles não olham o mundo como um processo energético. Quanto mais fundo você for na forma de olhar o mundo do Chi Kung, vai perceber mais o mundo como um campo de energia mutante. Vai perceber que o seu corpo e a sua respiração não são coisas diferentes.

Os processos do mundo físico estão relacionados aos campos de energia. Os padrões de energia é que determinam os padrões de sua respiração física, e não o contrário. Você pode mudar o padrão de sua respiração, mas para fazer isto, você precisa já ter feito a mudança no seu padrão energético. A mudança energética sempre precede a mudança do padrão de sua respiração física.

Quando falamos em respiração interna Chi, estamos realmente falando em algo mais sutil do que o ar que entra e sai do pulmão. Você pode chamar este campo de energia Chi de mente, ou de matriz da mente , você pode chama-lo do que quiser, mas este campo está vibrando o tempo todo e pulsando como tudo que existe no universo. Ele precisa estar sempre em movimento. Se este campo de energia para, é a morte. Isto não significa que se você tiver uma respiração física difícil você está perto de morrer. È possível se ter uma respiração fisica fraca e uma respiração Chi bem profunda. Isto não é muito comum para a maioria das pessoas. A maioria que respira mal, tem também um movimento ruim de energia no corpo. Está não é uma boa condição de saúde, a inteligência de seus órgãos se ressente com esta condição e começa a apresentar problemas externos, implorando pelo ar, começam a chorar pedindo ar e um grande números de problemas físicos começam a aparecer.

A respiração interna Chi cura todos estes problemas na mesma proporção em que surgiram, unificando a respiração física com a respiração sutil. A melhor forma de conseguir isto é encontrar um professor de Chi Kung, que saiba ensinar esta prática.

Terminando vou ensinar uma prática simples de respiração: A respiração do oceano:

Em pé com os pés abertos na mesma distancia dos ombros. Relaxe a sua respiração, sorria e leve a sua atenção para o centro do corpo, para o nível do umbigo.

Balance o corpo suavemente, inspire enquanto balança para frente, colocando o peso do corpo sobre a frente da sola dos pés, e expire enquanto balança para trás, colocando o peso do corpo no calcanhar.

Quando inspirar, levante os braços levemente para cima, como se estivesse imitando as ondas. Quando expirar, deixe seus braços caírem suavemente. Suas mãos não tocam no corpo neste exercício, mas você pode imagina-las pulsando e criando uma bola de energia que irradia de seu umbigo.

Assim que sentir a sensação de onda crescendo, sinta-a penetrando profundamente em seu corpo, na dimensão interna do corpo, e pulsando novamente de volta para fora do corpo. Sinta esta onda se expandindo para fora, para além de seu corpo, para tão longe quanto consiga ainda sentir a sua pulsação. Pratique o tanto que quiser e se sentir bem. Você vai se sentir muito relaxado e energizado com este exercício.

Quando terminar. Cubra seu umbigo com as mãos e preste atenção na vibração sutil e na sensação morna pulsante da energia fluindo em seu corpo.

Fonte dos textos:
http://www.healing-tao.com.br/artigos/chikung.htm
http://www.shaolincuritiba.com.br/chikung3.html

Link Interessante:
http://www.taochia.pro.br/chikung.htm