quarta-feira, 10 de junho de 2009

O Ponto Secreto



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O QUE É A YOGA?

(Surgiu no Oriente, basicamente na Índia)

"Conjunto de técnicas que podem ser utilizadas para o desenvolvimento da saúde física, mental e psíquica da personalidade humana, assim como para controle do estresse, maior eficiência nas atividades do dia-a-dia, melhor qualidade do descanso e para um progressivo equilíbrio interior."
É assim que o Yoga geralmente é visto no Ocidente.

Todavia, o objetivo maior do Yoga, como ciência do autoconhecimento, é a libertação progressiva da consciência, através de técnicas meditativas superiores, constantes da preciosa obra sânscrita Yoga-Sutras (século IV a.C.), do filósofo e sábio hindu Patânjali.

Há diferentes tipos de Yoga que se adaptam a diferentes tipos de personalidade. Historicamente, o mais significativo ramo do Yoga é o Sistema Clássico de Patânjali, também chamado Raja Yoga ou Yoga Darshana. Existem inúmeros outros tipos de Yoga, muitos deles não-sistemáticos, geralmente misturados com conceitos populares. O tipo de Yoga atualmente mais praticado no Ocidente é o Hatha Yoga.

A palavra yoga vem da raiz sânscrita yuj que significa atrelar, unir, juntar. Seria então a união do ser individual (jivatman) ao Ser Supremo (paratman).

Podemos considerar o Yoga como a ciência da educação integral.

O Yoga é um processo que possibilita despertar, descobrir e transformar o ser humano em todos os seus aspectos. É um caminho para a transformação pessoal, cultural e universal.

O Yoga possui inúmeras técnicas e preceitos filosóficos que ajudam o homem em seu processo de transformação.

A história da Yoga se perde nos milênios, é considerada filosofia-religião e é a soma da evolução de várias épocas. O sacrifício e o esforço individual preconizados nos ensinamentos de Yoga tem a sublime finalidade: a liberação de Agni, o fogo da vida.

Mas os mestres advertem sobre a difusão da Yoga:

"Que ninguém a ensine a quem não tenha pacificado o seu espírito”.

AS LINHAS DA YOGA:

HATHA-YOGA:

Hatha quer dizer Domínio. Os mais dispostos fisicamente sentirão atração pela Hatha Yoga, que utiliza o domínio externo e interno do corpo físico como ponto de partida. LIMPAR AS VIDRAÇAS PARA QUE A LUZ PENETRE. Tecnicamente é um sistema de técnicas psicossomáticas que servem de instrumento para transformar o corpo físico num corpo divino.

Quatro elementos do Hatha Yoga:

1-âsana (posições corporais);

2-Pranayama (Técnicas de Respiração);

3-Relaxamento Corporal;

4-Atitude Mental.

*Os âsanas são feitos de maneira suave, lento e uniforme, sem esforço físico, a postura serve para movimentar, canalizar as energias e não gastá-las.

RAJA-YOGA:

O talento meditativo, que utiliza o domínio interno dos mecanismos da atividade mental. Trata da mente e dos poderes psíquicos, fortifica a VONTADE e a CONCENTRAÇÃO MENTAL. Raja significa Rei, esse sistema de Yoga foi introduzido por Patanjali e significa UNIÃO REAL com a divindade.

Oito etapas da prática do Raja-Yoga:

1-YAMA

a. Refreamentos: Não violência, verdade, não furtarás, continência, não possessividade.

2-NIYAMA

a.Observâncias: Purificação, contentamento, esforço sobre si, estudo e consagração.

3-ÂSANAS:

a.Posturas corporais (exercícios suaves de canalização energética).

4-PRANAYANA:

a.Disciplinas de Respiração.

5-PRATYAHARA:

a.Retraimento dos sentidos.

6-DHARAMA:

a.Fixação da atenção, concentração.

7-DHYANA:

a.Meditação

8-SAMADHI

a.Contemplação, êxtase, transcendência.

O Raja-Yoga mostra as leis que governam os mistérios, desenvolve os dons anímicos como a clarividência, capacidade de ver o passado e o futuro; a faculdade de ver o seu interior, ver as vidas passadas, as suas e as dos outros. O yogue então alcança o estado chamado de "Liberado-Vivo", no qual continua a ter uma existência corporal, porque lhe resta um resíduo Kármico a consumir.

KARMA-YOGA

A palavra Karma é derivada da Raiz KRI cujo significado é agir, fazer.

A Yoga da ação. Cada trabalho na terra deve ser feito com amor, sem egoísmo, já que pela lei do Karma, cada ação corresponde a uma reação.

Ação, Reação e Liberdade. A que se preocupa com a ética, busca a atividade externa, a vida ativa com a renúncia progressiva ao objeto da ação.

A idéia fundamental, é evitar que se fique preso ao emaranhado das ilusões da terra, provenientes do mundo Maya, evitar que os homens se tornem escravos e não senhores de si e de seus sentimentos.

O Karma-Yoga tem como base a atividade da vida, ir ao encontro dos acontecimentos, enfrentá-los no dia-a-dia, desta forma o amor, comer, beber falar, exercícios, qualquer função orgânica são KARMA. Para esse yogue toda ação no mundo físico é governada pela lei do Karma.

Bhagavad-Gita nos aconselha a não nos apegarmos ao trabalho que fazemos, de forma a não aprisionarmos nossa alma.

BHAKTI-YOGA:

A palavra Bhakti é derivada da raiz Bhaj, que significa DEVOÇÃO, supremo apego ao senhor.

O tipo emocional deve provavelmente ser atraído por essa linha da yoga que é a prática do amor e da devoção a Deus e ao próximo (Cristianismo).

O Bhakti-Yoga prega que a meta final de todas as religiões pode ser alcançada pelo amor e adoração ao Supremo ou Absoluto, que é o criador do universo. Segue a linha do Cristianismo, Judaísmo, Maometismo, e outros sistemas dualistas.

As formas de Bakti-Yoga divide-se em dois grandes ramos, o preparatório:

GAUNI: Contém todas as Práticas preliminares. Respeito, reverência, concentração, respiração, relaxamento. Não deve matar nenhum animal para alimentar-se (vegetarianismo)

PARÂ: Toda a prática de recolhimento interno de adoração a Deus, um Deus pessoal.

JNANA-YOGA

A palavra Jnana derivada da palavra Jna significa CONHECIMENTO.

O espírito intelectual e filosófico identificar-se-á com a JNANA-YOGA, que emprega o discernimento e conhecimento abstrato.

As cortinas da ilusão serão rasgadas pelo praticante do Jnana, que é um perfeito investigador da verdade. Possui 3 aspectos (volitivo, afetivo e cognitivo) do ser humano:

Sete qualificações exige-se do praticante do Jnana:

1º)VIVEKA (DISCERNIMENTO):

A Realidade da aparência – sonhos, alucinações, ilusões.

Realidade Empírica – a da experiência cotidiana, está submetida a uma mudança perpétua, aquilo que em um dado momento é real em outro não é mais, não pode ser considerado verdadeiramente real.

Realidade Absoluta: Só esta é eterna e real, quem é um yogue jnana busca incessantemente esta realidade.

2º)VAIRAGYA (RENÚNCIA):

É o desinteresse por todos os objetos de prazer, renuncia a todos os frutos do trabalho, a vida, a morte, a alegria, a angústia tudo isso não passa de criações mentais.

3º)TAPAS (AUSTERIDADE):

Composto de seis tesouros: Tranqüilidade, autocontrole, controle da mente, tolerância, contemplação e fé.

4º)MUMUKSUTVA (A LIBERAÇÃO):

O desejo intenso de se livrar de todas as formas de servidão.

5º)CRAVANA (AUDIÇÃO):

Ouvir atentamente, para poder captar todos os ensinamentos.

6º)MAMANA (REFLEXÃO):

Refletir constantemente sobre todos os ensinamentos, eliminar dúvidas.

7º)NIDIDHYASANA (MEDITAÇÃO):

Meditação constante sobre as doutrinas reveladas pelos estudos, mestres e escrituras. Sentado num lugar retirado, meditação inquebrantável a qualquer manifestação do exterior, aprofundando-se no infinito.

TANTRA-YOGA:

O dominio das energias sutis, leva ao Tantra yoga (KUNDALINI, ENERGIA ADORMECIDA) exercicios das energias psíquicas e fisiológicas. É a yoga dos chakras, principalmente do chakra básico.

O despertar da serpente, libertar a energia sexual adormecida na base da coluna no coccix é a função da KUNDALINI-YOGA ou TANTRA-YOGA.

Existem duas correntes Kundalinícas, uma amarela e outra vermelha que quando despertas, vão serpenteando a coluna vertebral até o chakra coronário, fluindo energias para todos os outros.

A energia positiva com a cor amarela chama-se pingala e a vermelha chama-se ida no homem, na mulher essa energética é invertida.

A kundalini está adormecida (serpente energética), obstruindo com sua cabeça a entrada de Sushumna na base da coluna no chakra básico (radico); para despertar a kundalini são aliadas várias técnicas, posturas, respiração e um cuidado todo especial.

Segundo os Tantras, "a tranqüilidade e a paz vêm de dentro para fora".

Derivado do verbo tantori (tecer), Tantra Yoga é um termo sânscrito que significa a essência ou urditura daquilo que é tecido. Segundo outra versão, deriva da raiz Tan, que quer dizer estender. Como os tantras também são conhecidos sob a designação de agama, ou seja, tradição, teríamos como significado final "estender a tradição", mas na realidade entende-se como estender a serpente (energia sexual por todo os chakras).

MANTRA-YOGA:

A YOGA dos sons internos e externos, os mantras são poderosos sons que movem as energias psíquicas e fisiológicas.

A palavra MANTRA é derivada doa raiz MAN que significa pensar e o sufixo TRA significa instrumento, é o ramo da yoga que estuda as vibrações sonoras, a vocalização. Existem sons místicos, sagrados que quando evocados sistematicamente despertam a consciência.

KRIYA-YOGA:

Kriya Yoga é um método simples, psicofisiológico, pelo qual o sangue humano se descarboniza e volta a oxigenar-se. Os átomos deste extra-oxigênio transmutam-se em corrente vital para rejuvenescer o cérebro e os centros da espinha. Sustando a acumulação de sangue venoso, o iogue pode diminuir ou evitar a degeneração dos tecidos. O iogue adiantado transmuta suas células em energia. Elias, Jesus, Kabir e outros profetas foram, no passado, mestres no uso de Kriya ou de uma técnica similar, pela qual eles materializavam ou desmaterializavam seus corpos à vontade.

Kriya é uma ciência antiqüíssima. Láhiri Mahásaya recebeu-a de seu grande guru, Bábají, que redescobriu e purificou esta técnica depois da Idade Média, época em que esteve perdida. Bábají batizou-a de novo, simplesmente, de Kriya Yoga.

Kriya Yoga é um instrumento que pode acelerar a evolução humana - explica Sri Yuktéswar a seus estudantes. - Os antigos iogues descobriram que o segredo da consciência cósmica se liga intimamente ao domínio da respiração. Esta é a contribuição sem par, e imortal, da índia, ao tesouro de conhecimento do mundo. A força vital, que comumente se emprega para manter a pulsação cardíaca, deve tornar-se livre para atividades superiores por meio de um método que acalme e deteriore as demandas incessantes da respiração.

O Kriya Yogi dirige mentalmente sua energia vital para cima e para baixo, a fim de fazê-la girar em torno dos seis centros espinhais (plexos medular, cervical, dorsal, lombar, sacro e coccígeo), correspondentes aos doze signos astrais do Zodíaco, o Homem Cósmico simbólico. Meio minuto de revolução da energia ao redor do sensitivo cordão da espinha, efetua progressos sutis na evolução do homem; esse meio minuto de Kriya equivale a um ano de desenvolvimento comum.

Tentativas de reter a respiração nos pulmões, até o exagero, são artificiais e decididamente desagradáveis, A prática de Kriya, ao contrário, é acompanhada, desde o início, por sentimentos de paz e sensações suavizantes, de efeito regenerador na espinha.

Esta antiga técnica iogue converte a respiração em substância mental. O adiantamento espiritual permite ao devoto conhecer a respiração como um conceito, um ato da mente: ela é, pois, uma respiração de sonho.

Com alimentação apropriada, luz solar e pensamentos harmoniosos, homens que se deixam guiar apenas pela Natureza e seu divino plano, alcançarão a experiência de Deus em um milhão de anos. Necessitam-se doze anos de vida normal saudável para que se efetue o mais leve refinamento na estrutura do cérebro; um milhão de anos solares são precisos até purificar o alojamento cerebral o suficiente para que manifeste a consciência cósmica. Um Kriya Yogi, entretanto, pelo exercício desta ciência espiritual, livra-se da necessidade de um longo período de cuidadosa observância das leis naturais.

Kriya Yoga é o verdadeiro “rito do fogo”, muitas vezes enaltecido no Gíta. O iogue arroja seus anseios humanos numa fogueira monoteísta consagrada ao Deus incomparável. Nesta autêntica cerimônia do fogo, todos os desejos passados e presentes são o combustível consumido pelo amor divino. A Flama Última recebe em holocausto a derradeira loucura humana e o homem se vê livre de escórias. Seus ossos metafóricos despojados de toda carne sensual, seu esqueleto cármico branqueado pelos sóis anti-sépticos da sabedoria, sem ofensas ao homem e ao Criador, ele se encontra - finalmente - limpo

Paramahansa Yogananda
Autobiografia de Um Iogue, capítulo 26

LINK PARA O TÓPICO DOS CHAKRAS:
http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=17188881&tid=2476947715946107428

Fonte:
-Revista Planeta.
-Georg Feuerstein - Manual da Yoga
-Internet

Extraído de: http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/yoga.htm

http://sensiart.com/Paginas/Yoga/Kriya_Yoga.htm